há vidas que dão um filme. outras, que podiam ser um guião para uma história com vários capítulos, a fazer lembrar a ditadura de Oliveira Salazar, as muitas vidas marcadas por um “partido”.
sim. durante muitos anos “o partido” foi sinónimo de PCP, e os seus militantes protagonistas do melhor da ousadia secular dos portugueses, um misto de coragem e de fio da navalha, o tal fado que bem ou mal ainda hoje carregamos.
depois desta prosa inútil chegamos a António Andrade Bidarra Fonseca – Marco de nome de guerra – que nos seus 85 anos vida nos privilegiou com a história que conta, e o sorriso matreiro das que garante omitir.
sigamos então a regra: nasceu em corujeira, aldeia da guarda, e nos anos cinquenta era marinheiro no serpa pinto, navio português que a dada altura foi utilizado para levar tropas para a índia portuguesa “ameaçada” já pela invasão dos seus históricos cidadãos.
o 25 de abril encontra-o em frança. diz-nos que só acreditou na liberdade quando as portas das prisões se abriram e Cunhal regressou a portugal acompanhado de outros.
comunista:
história – há mais de 50 anos militante do PCP. Marco passou pela venezuela e pelo brasil onde, no pós-presidenciais Humberto Delgado, privou com os intelectuais.
emigrante – foi “militante” do PC francês e acompanhou os nossos emigrantes.
[artigo da autoria de Eva Cabral, publicado hoje no DN – página “eleições legislativas 2009”]